Convívios Fraternos

2009/12/23

Natal 2010

Vivemos um Tempo importante: no Natal celebramos o nascimento do Salvador, do Deus que, para salvar o Homem, quis viver na sua condição. Não na condição dos fortes e poderosos, mas na condição do homem comum: do mais frágil dos homens comuns, sem outra companhia (ou ajuda) que sua mãe e seu pai, sem outro enquadramento que não um local ermo e desolado.

Não estamos a falar do herói comum, estamos a falar do anti-herói.

O Séc. XXI D.C. não compreende este anti-herói.

Não é sexy. Nao vende.

E numa época em que para se ter sucesso é preciso ser-se sexy, Jesus Cristo não tem hipótese.
Numa época em que só se acredita no que se vê, Jesus Cristo não tem hipótese.
Numa época em que se não há ganho imediato, não se tenta sequer lutar Jesus Cristo não tem hipótese.

Pois que piada tem um menino deitado numa manjedoura, quando temos o Pai Natal, os Gnomos do Pai Natal, as renas do Pai Natal? ou então as Popotas, as Lara "Leopoldina" Crofts e outras semelhantes? convenhamos o Menino Jesus ou não vende... ou vende pouco.

Que piada tem um Salvador do Mundo que nasce sem aparato, sem luzes, sem revistas cor-de-rosa, sem luxo? Que credibilidade tem esse Salvador do Mundo? convenhamos que o Menino Jesus ou não convence... ou convence muito pouco.

Que piada tem ainda um Menino Jesus que depois cresce e diz "batei e abrir-se-vos-á" ou "seja feita a vossa vontade"? que tem uma mensagem de exigência, de acolhimento dos mais pobres e dos mais marginalizados, que promete "um tesouro no Céu"? que diz "Bem-aventurados os pobres..."? convenhamos... Jesus Cristo não é nada conveniente... nem sexy.

Ou então somos nós católicos, que nos entitulamos "cristãos" antes de mais que não sabemos, ou não queremos, apresentar a faceta de Jesus Cristo que conhecemos.

Porque hoje, mais do que nunca, ser cristão, nesta Europa Ocidental, não é mesmo nada sexy.
É muito mais interessante ser ateu, ou comportar-se como tal.

E nós queremos ser sexys, conhecidos, aclamados, populares.

Um cristão é uma coisa CHATA: está sempre a implicar com o consumismo, sempre a rezar, vai à missa aos domingos, tem uma família e filhos, é responsável, procura tratar os outros com justiça, volta e meia até diz que é cristão e que faz todas estas coisas e muito mais e até fala no Menino Jesus aos filhos... mais até que da Popota ou do Pai Natal.

Pode-se imaginar pessoa mais aborrecida?

No final num Natal cada vez mais paganizado, porém, os factos não mudam: houve um dia há 2 milénios atrás (mais coisa, menos coisa) que um Menino nasceu em Belém e que independentemente de ser ou não sexy é por causa dele que ainda hoje tenho orgulho de dizer que tento ser cristão.